Festa do Divino: Origem e significado

A Festa do Divino é uma celebração que tem como principal foco a descida do Espírito Santo, simbolizado pelas línguas de fogo, sobre Maria e os Apóstolos. Essa descida ocorreu durante o evento conhecido como Pentecostes, conforme prometido por Jesus Cristo. A festa possui raízes bíblicas e possui um caráter evangelizador, além de promover a fraternidade entre as pessoas.

Origem e significado da festa

Originária de Portugal, a Festa do Divino teve seu surgimento na cidade de Alenquer, no século XIV. Posteriormente, foi levada para Angra dos Reis, vinda da Ilha dos Açores, durante o século XVII. Durante o auge do ciclo do ouro, no século XVIII, a festa recebeu novos elementos, enriquecendo e oficializando a figura do Imperador do Divino Espírito Santo. Esse imperador era representado por um menino selecionado entre as famílias da cidade.

Os dez dias de celebração

A Festa do Divino em Angra dos Reis é composta por dez dias de festividades e devoção religiosa. Esses dias são divididos em um setenário preparatório e três dias presididos pelo Menino Imperador. A festa começa com a chegada do Menino Imperador de barco no cais de Santa Luzia, seguindo por um desfile pelas ruas da cidade, acompanhado por autoridades, grupos de danças e pela população.

Durante esses três dias, as missas solenes são realizadas na Igreja Matriz, além das atividades profanas que compõem a festa. Essas atividades incluem divertimentos populares e as tradicionais danças dos Coquinhos, Lanceiros, Jardineiras, Velhos e Marujos, que se apresentam em um palco que simboliza o Império do Divino.

A solene procissão e o encerramento da festa

No domingo de Pentecostes, ocorre a solene procissão, na qual desfilam o Menino Imperador e seu séquito, além das imagens do Divino Espírito Santo e de Nossa Senhora do Rosário, juntamente com as irmandades, a banda de música e o povo em geral. Após a procissão, é realizada a cerimônia tradicional da troca da coroa pelo chapéu do Menino Imperador. Em seguida, ocorrem as apresentações das danças folclóricas. E no final é queimado o quadro da Glória, acompanhado por uma grande queima de fogos. Dessa forma, encerram-se os dez dias de celebração em louvor ao Divino Espírito Santo em Angra dos Reis.